Até mesmo uma tarde de sol em pleno Janeiro pode me ver aqui sentado escrevendo.
Dezembro é um mês melancólico para mim, tipo final de tarde do domingo, com o céu alaranjado, algumas luzes já acessas e um sentimento de não saber direito o que fazer até à hora de deitar. Desde pequeno odiei as tardes de domingo, de um tempo pra cá odeio os Dezembros da mesma forma.
Andei vendo algumas fotos de um backup que acabei encontrando em minhas gavetas. Guardei o backup para me manter ocupado escrevendo sobre o que já escrevi muitas vezes e, sem eu entender, continuo escrevendo e escrevendo.
Hoje achei uma foto bem recente, talvez deste último Dezembro, dela com um presente que dei aparecendo desfocado em segundo plano, como se tivesse ali somente para eu reparar, somente pra me dizer um "oi, sinto muito sua falta.". Era um origami simples com algumas palavras escritas, apenas pra servir de lembrança nas semanas que eu não estivesse lá e, por algum motivo, ela se sentir bem olhando para um pedaço de papel amassado e rabiscado.
Acreditei que o papel já não existisse desde que vim embora em definitivo... Desde que o que escrevi, já não fazia mais sentido pra ela.
Esse não é um texto sobre arrependimento, é um texto sobre lembranças.
Belo Horizonte
-Vem cá, se tudo der certo pra você, você faz um filme sobre mim?
- Ó, você sabe muito bem que não importa o que acontecer, você vai estar em tudo que eu fizer, nos filmes, livros, ou peças, tardes e manhãs, ou sabe... na minha vida, eu nunca vou te esquecer.
Apenas o Fim
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